quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Um artigo que vale a pena ler

Num momento em que com cada vez mais persistênsia fala-se da existência de petróleo em solo moçambicano permitam-me partilhar convosco o artigo de Viriato Soromenho-Marques publicado na edição nº 969 do JL.

Crude e dupla personalidade*

A descoberta de uma vasta jaziga submarina de petróleo e gás natural aoa largo do Rio de Janeiro veio revelar como o discurso político está hoje afectado por uma forte patologia, que nada indica de bom quanto ao nosso futuro.
O petróleo tem sido o sangue do sistema económico dos últimos 80 anos, do mesmo modo como o carvão foi ao longo do século XIX e ainda durante uma parte significativa do século XX.
Hoje deparamo-nos com dois problemas. A segurança do abastecimento está em risco por um conjunto de razões, entre as quais avulta o facto de, muito provavelmente, já termos ultrapassado o «pico do petróleo» ( isto é; já estarmos a usar a metade final do recurso acessível portecnologias de exploração). Sobre isto não tenho certezas, mas suspeitas. A s informações sobre estatísticaas seguras acerca de reservas não existem. Quase todos os países tratam esta informação como um duplo segredo, comercial e militar.
Mas mesmo que asa reservas de crude fossem ilimitadas, sabemos hoje qu existe um problema incontornável: as alterações climáticas resultantes da queima de combustíveis fósseis, que aumentam a concentração de gases de estufa na atmosfera provocando esta ameaça nova de âmbito «ontológico», que constitui o maior desafio que a humanidade jamais enfrentou na luta pela continuidade da civilização.
Sabemos que líderes como Putin ou Chávez não se preocupam minimamente como outra coisa senão com os seus negócios e o modo como o petróleo e o gás natural contribuem para o seu poder pessoal.Mas dos líderes democráticos espera-se mais.
Não gostei de ouvir José Socrátes a congratular-se com os lucros da Galp, como se fosse um accionista na véspera de lucrar com os ganhos da venda de acções.
O que se esperaria de um dirigente democrata com capacidade de liderança iria noutro sentido: a) deveria salientar que a aposta estratégica está hoje na progressiva libertação da nossa economia em relação a tutela dos combustíveis fósseis; b) deveria destacar que o petróleo é uma importante matéria-prima, não renovável, que deverá ser usada como material para inúmeras aplicações, não para o seu uso mais grosseiro e prejudicial para o ambiente como combustível;c) devria salientar a importância de usarmos com eficiência os combustíveis fósseis para ganharmos mais tempo par encontrar alternativas energéticas que evitem o colapso económico e a crise ambiental.
Foi pena que o nosso primeiro-ministro tivesse silenciado, no seu júbilo, ests questões centrais.
Naquilo que nos alegra ou naquilo que silenciamos, revela-se ou manifesta-se a grandeza de um projecto político.ou a falta dela.

*Por Viriato Soromenho-Marques in JL

Nota: Oxalá que a eventual descoberta de petróleo em Moçambique ( há quem garante que o nosso país realmente tem petróleo) não signifique um «jackpot» para a elite governamental e desastra ambiental para todo o território nacional.

Literatura Moçambicana na Inglatera

Recebi há alguns dias uma antologia de poetas moçambicanos publicada em terras de Sua Majestade Isabel II. São cinquenta páginas de poemas de vários poetas moçambicanos.É uma edição bilingue (Inglês/ Português) e tem a chancela da editora « The Heaventre Press».Uma ideia que em minha opinião é de louvar porque é mais uma oportunidade de divulgar a poesia moçambicana além-fronteiras. Intitulada, " Para Além da Charru: Poemas de Moçambique/ Charrua and Beyond: Poems From Mozambique" a antologia publica pomas dos seguintes poetas moçambicanos: Jorge Rebelo, Sebastião Alba, Heliodoro Baptista, Calane da Silva, Juvenal Bucuane, Gulamo Khan, Luís Carlos Patraquim, Mia Couto, Hélder Muteia, Armando Artur, Eduardo White, Nelson Saúte, Ana Mafalda Leite, Chagas Levene e Celso Manguana.Viva a poesia moçambicana!

Literatura Moçambicana na Inglatera

Recebi há alguns dias uma antologia de poetas moçambicanos publicada em terras de Sua Majestade Isabel II. São cinquenta páginas de poemas de vários poetas moçambicanos.É uma edição bilingue (Inglês/ Português) e tem a chancela da editora « The Heaventre Press».Uma ideia que em minha opinião é de louvar porque é mais uma oportunidade de divulgar a poesia moçambicana além-fronteiras. Intitulada, " Para Além da Charru: Poemas de Moçambique/ Charrua and Beyond: Poems From Mozambique" a antologia publica pomas dos seguintes poetas moçambicanos: Jorge Rebelo, Sebastião Alba, Heliodoro Baptista, Calane da Silva, Juvenal Bucuane, Gulamo Khan, Luís Carlos Patraquim, Mia Couto, Hélder Muteia, Armando Artur, Eduardo White, Nelson Saúte, Ana Mafalda Leite, Chagas Levene e Celso Manguana.
Viva a poesia moçambicana!

AEMO: As Eleições e Futuro

A Associação dos Escritores Moçambicanos vai relizar a 23 do próximo mês mais um momento eleitoral. Na agendada Assembleia-geral deverão ser eleitos os novos corpos gerentes da agremiação. Numa entrevista que dei ao semanário «Savana» em final do ano passado disse que, " A Aemo tornou-se no trampolim para que os seus secretários-gerais arranjem tachos na estrutura do Estado" e exemplifiquei com os casos de Hélder Muteia, hoje resperesentante da FAO na Nigéria, mas antes deputado pela bancada da Frelimo, vice-ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural e depois ministro da mesma área. Outro nome que serviu par alicerçar a minha ideia foi o de Armando Artur que de SG da Aemo tornou-se vice-presidente do Fundo Bibliográfico de Língua Portuguesa. Outro nome ainda, a que me referi foi do actual titular do cargo, Juvenal Bucuane, que por via disso é agora membro da Comissão Nacional de Eleições. Em vésperas de eleições sou obrigado a preguntar: agora quem pretende servir-se da AEMO par dar um salto para cima?
Nos corredores da AEMO ainda são poucos os nomes dos eventuais candidatos de que se fala. Mas em surdina já se fala de alguns nomes. Juvenal Bucuane, Aurélio Furdela e Jorge Oliveira são os nomes de quem se fala. O primeiro deverá ser candidato a sua própria sucessão. Contudo, a sua gestão a frente dos destinos da AEMO não me parece motivo para mais um mandato. É minha opiñião pessoal. Penso que Bucuane no tempo em que está a frente dos destinos da AEMO não foi capaz de dar uma nova cara a instituição que é cada vez menos um espaço de convivência de escritores. Alguns lançamentos e alguns debates resumem a sua direcção. Num período em que, ao que tudo indica, a AEMO tem cada vez mais parceiros era desejável que a direcção da agremiação fosse mais agressiva e tivesse muito mais programas.Não quero com isso dizer que Bucuane e seus pares naõ fizeram nada ams penso que podia ter feito muito mais. Aliás, penso que o mais importante na AEMO de hoje é fezer com que os associados voltem a frequentar a casa a participar da vida dela. Como também é importante que se estabeleçam intercâmbios com escritores de outros países e sobretudo da região nem que seja para que a AEMO não se abstenha de dançar a música da integração regional.
Mas independetemente de que fôr o novo SG da AEMO o importante é a Assembleia-Geral seja uma oportunidade de debate sobre o futuro que se pretende que tenha a AEMO. Para que não se caia na situação de mudar alguma coisa e voltar a ter tudo na mesma. O importante não são nomes nem pessoas mas programas com cabeças , troncos e membros. O resto é paisagem.

Pátria que me pariu: Um livro adiado

Pátria que me pariu é o título de um livro meu de poesia, infelizmente ainda no prelo. A referida colectânea de poemas permitiu que eu fosse laureado com o «Prémio Fundac- Ruy de Noronha-2006» pelo que , segundo o regulamento do Fundac, eles são obrigados a patrocinar a edição do livro. Contudo, e para o meu espanto, já depositei o livro em disco no Fundac mas sempre que por lá passao recebo uma resposta mais disparatada que a anterior. Ninguém no Fundac consegue dar-me uma resposta equlibrada sobre os reais motivos de ainda não terem enviado o meu livro a gráfica. Mas espero que os próximos dias tragam respostas mais vertebradas e com sentido. Porque eu sinto que estou em dívida com o público leitor que, com razão, pretende conhecer os poemas que me tornaram "um poeta laureado". Espero que o futuro não me dê razão e, eu esteja errado quando começo a pensar que alguém tem medo da poesia no Fundac. Ou medo do poeta?